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Campanha alerta para perigos de agulhas descartadas de forma incorreta

Lei estadual nº 20.130/2020 prevê a realização, na primeira semana de março, da Semana Estadual de Conscientização do Descarte Correto do Lixo Gerado no Tratamento do Diabetes.


Estima-se que uma pessoa portadora de diabetes e que se trata com o uso de medicamentos injetáveis pode gerar um lixo hospitalar de cerca de 300 agulhas por mês. No Brasil, ao menos um milhão de pessoas estão nesta situação. O descarte inadequado deste material pode ferir outras pessoas, contaminar o meio ambiente e transmitir doenças. Por isso, uma campanha apoiada pela Assembleia Legislativa do Paraná está alertando a população dos perigos do descarte incorreto de agulhas no tratamento da diabetes e outras doenças.

Para lembrar a importância do assunto, a médica endocrinologista Daniele Tokars Zaninelli, presidente da Associação SEMPR Amigos, ocupou o grande expediente da sessão plenária da Assembleia nesta segunda-feira (02). O objetivo é conscientizar a população e ampliar a campanha sobre o descarte adequado de perfurocortantes usados no tratamento de saúde.

O material elaborado pelo Serviço de Endocrinologia e Metabologia (SEMPR) do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) coloca em prática a Lei estadual nº 20.130/2020, que institui a Semana Estadual de Conscientização do Descarte Correto do Lixo Gerado no Tratamento do Diabetes e outras doenças, realizada anualmente na primeira semana de março. A autoria é dos deputados Dr. Batista (PMN), presidente Comissão de Saúde Pública, e Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia. A legislação surgiu após sugestão da Associação SEMPR Amigos.

Para Daniele Tokars Zaninelli, o descarte do lixo hospitalar nesta situação é um problema de saúde pública. “Iniciamos a campanha no SEMPR para lembrar que são quase 17 milhões de pessoas convivendo com a diabetes no Brasil. Pelo menos um milhão usa medicamentos injetáveis, várias vezes ao dia. Cada uma dessas agulhas descartadas incorretamente pode trazer consequências sérias”, explicou a médica. “A maioria das pessoas ainda descarta este material em lixo comum. A conscientização da população é importante, por isso o apoio da Assembleia é inestimável”, completou.

O presidente da Assembleia, deputado Traiano refirmou o compromisso da Casa com a bandeira. “Nós sempre vamos nos somar a matérias relevantes que contribuem para saúde do povo paranaense e brasileiro”, disse. O deputado Dr. Batista também lembrou a necessidade do apoio do poder público. “O número de agulhas descartadas é muito grande. Onde vamos colocar todo este lixo? Este é um problema que pode levar a morte, por isso a conscientização é importante”, afirmou.

Campanha – O alerta do SEMPR toca em pontos sensíveis, como o perigo de ferimentos e da transmissão de doenças, além de ensinar o descarte correto. O material lembra que jamais se deve descartar agulhas no lixo comum, reciclável ou vaso sanitário. Para isso, há a necessidade de usar sempre recipientes adequados, como uma caixa para perfurocortantes vendida em lojas especializadas. Outra saída é fazer o próprio coletor, usando uma embalagem firme e resistente a rupturas, como a embalagem de amaciente de roupas. Também é preciso colar na embalagem um aviso alertando sobre a presença de agulhas. Um coletor adequado deve apresentar as seguintes caraterísticas: material inquebrável, com paredes rígidas e resistentes à perfuração ou vazamento e abertura larga o suficiente para o depósito de materiais sem acidentes. A tampa deve oferecer boa vedação. Para descartar, coloque o coletor em uma sacola reforçada. Em seguida, é preciso levar o coletor a uma Unidade Básica de Saúde para tratamento e destino adequados.

Agulhas podem ferir gravemente quem trabalha com o lixo. Há ainda a possibilidade da transmissão de doenças e contaminação. Por isso, nunca se deve jogar seringas, agulhas, canetas e lancetas – instrumentos usados para fazer exames – no lixo comum. No Paraná, segundo a Secretaria de Saúde do Estado (SESA), os pacientes cadastrados nas farmácias das Regionais de Saúde são orientados pelos farmacêuticos sobre o descarte quando passam pelo serviço de primeiro atendimento. Já a recomendação aos pacientes não atendidos pelo sistema público é para que procure as informações necessárias na Unidade de Saúde mais próxima do domicílio.

Além da Associação SEMPR Amigos, a campanha permanente “Agulha no lixo é um perigo!” conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Sociedade Brasileira de Endocrinologia Regional Paraná (SBEM-PR), Associação Paranaense de Hepatologia (APH) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO).

Livro – Durante o grande expediente desta segunda-feira, a médica endocrinologista Daniele Tokars Zaninelli entregou ao presidente da Assembleia, Ademar Traiano, o livro “SEMPR – Memórias de um projeto acadêmico”. A obra relata a história do projeto que transformou o Hospital das Clínicas em referência nacional e internacional em endocrinologia e metabologia.

Artigo publicado na Assembléia Legislativa do Paraná em 02/03/2020

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